Estela, Alegria

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giotto3

- O que você deseja ? perguntou o Ancião.
Um pouco titubeante, perante a majestade do Anjo, se armou de coragem e pediu: "Dê-me asas".
- Não sou eu quem lhe dará, voce mesma terá de ganhá-las, ele respondeu.
- Ensina-me a conseguí-las, pediu novamente e aproximou-se tanto que o Anjo Ancião recolheu as enormes asas douradas fechando-as atrás de si antes que a ansiosa Anjinha nelas pisasse.
- Bem , para obtê-las deverá trabalhar numa das missões de Anjos de Guarda. Veja, no Livro, não há encaminhamento para você. É muito novinha, nem recebeu nome... e fêz menção de despedí-la.
A Anjinha não se deu por vencida e rogou: "Por favor, o senhor poderia me emprestar dois pedacinhos das suas, eu pregaria nas minhas costas, eu prometo que devolverei".
-Hum, e o que faría com elas ? o Anjo perguntou.
-Ah... e seu semblante mais se iluminou, servíriam para eu voar. Daqui de cima eu vejo tanta gente triste no Planeta Azul, que ele já está ficando acinzentado, escurecido pelas lágrimas das pessoas. Eu poderei ir até lá, eu tocarei minha flauta, cantarei, dançarei e farei penetrar alegria no coração daqueles que me aceitarem, mesmo sem me vêr.
O Ancião era o Anjo da Sabedoria. Cofiou a barba. A pureza daquela Anjinha poderia salvar muitas almas. E decidiu ajudá-la. Duas asinhas começaram a crescer nos seus ombros, ele as arrancou com leve gemido e as entregou. Ao seu toque imediatamente as asas se transferiram para as costas da Anjinha que recuou assustada e depois, emocionada! Ia iniciar um enorme agradecimento mas o Anjo Ancião, retrucou :
- Ainda não são suas, faça por merecê-las. Vou registrar no Livro :
Seu nome é Estela
Seu destino é o Planeta Terra
Sua missão é Despertar Alegria
Tomou para si uma difícil tarefa Angelical...
E repentinamente Estela ouviu delicados sons,
E a brisa leve tocou seus cabelos,
Um pássaro cantou ao seu lado,
E crianças felizes dançaram a sua volta,
... e os anjos-raranjos, tocam flauta-rarauta, quando dançam-rarançam aqui na Terra...


Ilustração:  Giotto. Capela Arena, Pádua 1303 - 1305


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